A educação é um trending topic.

Falar em educação é dar um passo significativo em direção às discussões mainstream, seja no campo da psicologia, seja no da filosofia, no da pedagogia/andragogia ou da política. Ninguém nega o poder o e o impacto da educação como ponte para cristalizar novas realidades, mas o assunto começa a adquirir diversos tons quando aplicamos zoom in para olhar o como ela deve ser feita.

É neste ponto em que, acredito, aparece o maior campo para vivenciar, refletir, desenvolver e trocar ideias, criar modelos e hipótese, e aplicar sínteses (David Kolb concordaria com isso, de olhos fechados). 

E como costumo dizer, o mais excitante campo para aplicar e vivenciar a educação é o corporativo. 

O que há de especial na educação corporativa?

O ecossistema corporativo é a representação mais fiel possível do mundo VUCA no qual existimos: ele carrega a volatilidade, a incerteza, a complexidade e a ambiguidade com que lidamos numa base diária, mas elevada à milésima potência. O ambiente organizacional é um microcosmo em si mesmo. E nessa perspectiva, é o locus perfeito para a aplicação de todas as competências andragógicas desponíveis e latentes. No ambiente organizacional não há espaço para erros inadvertidos e não há espaço para negligência. Milhares, milhões ou bilhões são investidos visando um Return Over Investment (ROI). O educador precisa estar afiado. Não há tolerância para aventureiros - o setor de Learning & Development precisa ter feito a lição de casa.

Eis alguns dados...

Segundo uma pesquisa conduzida por Josh Bersin e publicada na Forbes há apenas alguns anos, mais de  356 bilhões de dólares foram investidos em educação corporativa, no mundo inteiro. A fração mais significante desse orçamento foi representada por organizações de alto desempenho. 94% dos líderes de negócio esperam que os colaboradores desenvolvam novas habilidades em suas jornadas profissionais, segundo o Word Economic Forum Report, em 2020. Além disso, 86% das companhias pelo mundo estão investindo em aprendizagem e desenvolvimento organizacional. E, ironicamente, segundo um relatório do Workplace Learning lançado em 2015, apenas 12% dos colaboradores que participaram de programas de treinamento em suas empresas (ou promovidos por elas) disseram que foram capazes de aplicar seus aprendizados em situações reais do dia a dia. Dos respondentes de uma pesquisa de McKinsey, só 25% acreditam que sua performance melhorou após ações de aprendizagem. E as estatísticas não param, apontando um paradoxo tragicômico no universo de recursos humanos e treinamento de pessoas: 

Todos, intuitivamente, sabem que o desenvolvimento humano é a nova moeda organizacional, e que é a chave para a alta performance, inovação e, consequentemente, sustentabilidade do negócio, além de respingar em indicadores de retenção, clima e cultura - afinal, como preconizava Carl Rogers, pessoas saudáveis têm uma inclinação afetiva natural por aprender e se desenvolver. No entanto, parece óbvio que as consultorias e profissionais de treinamento e desenvolvimento estão errando em algum ponto. As expectativas não estão sendo preenchidas ... E o mercado está notando.

Isso evidencia o momento crítico em que vive o setor da aprendizagem organizacional. Ao mesmo tempo em que ela parece mostrar-se ineficiente, há evidências abundantes e irrefutáveis que o drive para a sustentabilidade de uma organização é o investimento em capacitação e desenvolvimento de seus colaboradores, em todos os níveis.

Onde está o gap?

Se o desenvolvimento de pessoas é a chave que destrava todas as portas, se todos sabemos disso, e se estamos notando que as atuais propostas de educação organizacional não estão funcionando, há, claramente, um gargalo aqui. E é evidente que o problema não está na educação em si. 

Onde está o gap, então? Parte de minha missão como educador corporativo, inclusive neste Blog, é propor respostas e caminhos. 

Por meio deste canal quero levantar provocações interessantes, apontar possíveis soluções, trazer insights relevantes e, sempre que possível, partindo de uma perspectiva exclusiva ou pouco explorada. Neste canal pretendo trazer mais do que informação - um insumo tão abundante que nos freia a ação e a capacidade de raciocínio, mas pretendo trazer inteligência. Com a articulação de diferentes planos de expressão e formatos de conteúdo pretendo contribuir com o tema de forma densa e que faça justiça a sua importância. Cursos, formações, artigos, newsletters, trilhas personalizadas, grupos de discussão e open classes serão alguns dos veículos mediante os quais vamos, eu e você, aprofundar nossas aprendizagens e desenvolver competências pelo caminho.

Seja bem-vindo(a) ao meu Blog - que ele se torne o seu Hub de conteúdos em aprendizagem e desenvolvimento humano!